sábado, 23 de abril de 2011

Lucidez, dentro e fora do corpo



A ARTE DAS EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO
Por Wagner Borges
"Enquanto o seu corpo físico dorme, você, em espírito, alça vôo para outros planos e realidades conscienciais. Ou seja, você dá uma volta em sua casa real, o plano extrafísico, seu lugar de origem antes desta vida atual. E aí, você encontra os seus afetos extrafísicos, amigos dessa e de outras jornadas, todos muito vivos, também em espírito. O resultado disso é uma profusão de abraços altamente energéticos, verdadeira festa da vida em outros planos de consciência.
Essa é uma das riquezas das experiências fora do corpo: elas levam o espírito projetado para fora do corpo diretamente ao plano espiritual, sem intermediários, e lhe provam, cabalmente, a existência da consciência além da matéria. O resultado disso é óbvio: desaparece o medo da morte e seu terror, e fica no lugar uma grande alegria, por reconhecer-se como consciência imperecível e participante da existência cósmica."

★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ 

A PROJEÇÃO DA CONSCIÊNCIA E A LUCIDEZ EXTRAFÍSICA
- Por Ramatís -
Há um constante conflito entre o homem interior e o mundo exterior; entre seus ideais e a necessidade de sobreviver; entre seus sonhos e a realidade.
Entre a fantasia e a realidade, existe um limite onde são forjados os sonhos. Dependendo do engendramento desses sonhos, o ser humano pode ser fortalecido ou enfraquecido, alertado ou distraído, conscientizado ou obnubilado.
Aparentemente, dormir é como morrer, já que, tanto no sono como na morte, o véu da inconsciência envolve o ser humano.
O corpo físico permanece inconsciente durante o sono porque a consciência projetou-se naturalmente para fora dele.
Em termos reais, é uma mini-morte, não física, mas consciencial, pois a maioria dos seres humanos sai do corpo de maneira inconsciente ou semiconsciente. Assim, os homens são totalmente envolvidos pelas idéias oníricas que acabam por influenciá-los, de maneira positiva ou negativa, durante a vigília física normal.
Enquanto as consciências encarnadas no plano físico não se esforçarem para melhorar sua lucidez, física e extrafísica, a Terra continuará sendo um imenso "dormitório espiritual", suspenso no espaço sideral.
Durante a vigília física normal, os seres humanos são dominados pelos impulsos emocionais, oriundos da falta de controle do corpo emocional (psicossoma), e pelas lentas vibrações do cérebro físico que restringem e amortecem o corpo mental (1).
Durante o sono, esses mesmos seres humanos libertam-se temporariamente do restringimento físico, mas não se libertam do emocionalismo que lhes caracteriza a existência e nem da cobiça e orgulho que os fazem brigar entre si constantemente.
Envolvida pelas formas-pensamento (2), oriundas do descontrole mental manifestado na vigília física normal, a grande maioria das consciências encarnadas permanece flutuando acima do corpo físico, lidando com os assuntos triviais do seu dia-a-dia.
Algumas pessoas conseguem afastar-se do corpo físico, buscando, inconscientemente, emoções fortes e vibrações densas que tenham afinidade com seu padrão espiritual. São verdadeiros "sonâmbulos espirituais", que muitas vezes são atraídos automaticamente para os ambientes onde movimentam-se durante o dia ou para certas áreas do plano astral inferior bastante densificadas vibratoriamente, onde são vampirizados energeticamente por obsessores desencarnados que aproveitam-se da situação. Ao despertarem assustadas no físico, essas pessoas pensam que foram vítimas de um pesadelo.
Durante o dia, os encarnados arrastam-se pela vida, motivados por interesses mesquinhos e egoístas, brigando e matando uns aos outros como se fossem feras indomáveis.
Durante a noite, projetam-se espontaneamente e ficam a sonhar fora do corpo. Na verdade, é como se não estivessem projetados, pois estão totalmente inoperantes para o plano astral.
Seu psicossoma (3) está fora do corpo físico, mas sua consciência continua agrilhoada aos valores do plano físico.
Nos planos extrafísicos próximos ao plano físico, também encontramos multidões de pessoas em estado lastimável de semiconsciência. São os desencarnados que encontram-se sonambulizados astralmente após a morte. São verdadeiras legiões de zumbis espirituais envolvidos nas formas-pensamento engendradas durante a vida física pelo descontrole mental e emocional em que viviam. Dentro do monoideísmo espiritual em que se encontram, alguns pensam poder ressuscitar o cadáver e, assim, tornar a viver no plano físico. Outros sentem a falta das vibrações densas e pesadas do corpo humano. Outros, ainda, sentem dores atrozes devido à morte violenta que sofreram ou choram as oportunidades perdidas e a saudade dos familiares que ficaram encarnados.
Se todas essas pessoas tivessem aprendido a projetar-se conscientemente para fora de seu corpo humano durante a vida física, provavelmente não estariam nessa situação, pois teriam compreendido que a morte é apenas a passagem da consciência para outro plano. É simplesmente uma projeção final, da qual não se retorna mais para o físico. A adaptação ao plano extrafísico seria tranqüila, pois o meio-ambiente astral lhes seria familiar pelas visitas feitas anteriormente através das projeções.
Assim, observamos bilhões de consciências encarnadas e desencarnadas anexadas, mental e emocionalmente, apenas à realidade humana, totalmente bloqueadas para outras realidades extrafísicas.
A inconsciência e a semiconsciência imperam absolutas no reino humano. Isso pesa bastante na economia espiritual do planeta, que poderia ser considerado não só como um "dormitório espiritual", mas também como um "manicômio consciencial", situado em pleno espaço sideral, em um pequeno sistema solar inserido dentro da Via Láctea, logo ali (ou aqui), na esquina do Universo.
Enquanto o ser humano não descobrir o que acontece consigo mesmo durante o sono e não aproveitar seu potencial nessas horas ociosas, estará morto para a realidade existente em outros planos. Estará iludido pelos valores limitados que a vida humana lhe oferece. Urge que cada consciência aperceba-se da necessidade de vislumbrar outros planos de existência e neles adquirir força e conhecimento para não deixar que o véu de Maya (4) lhe bloqueie as percepções e distorça seus pensamentos.
Se cada consciência encarnada melhorasse sua lucidez extrafísica (5) durante a projeção, que ocorre naturalmente todas as vezes que seu corpo físico adormece, provavelmente teríamos uma manifestação mais equilibrada no plano físico. Assim, talvez esse nosso planeta louco deixasse de ser um "manicômio consciencial", podendo ser transformado ao menos em um "hospital decente".
Paz e Luz!
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges - Texto extraído do livro "Viagem Espiritual - I" - Editora Zennex - 1993.)
- Notas:
1. Corpo mental - é o veículo de manifestação pelo qual a consciência se manifesta usando os atributos da inteligência (intelecto, intuição, memória, imaginação, e outros); mente; corpo do pensamento.
2. Formas-pensamento- são as formações mentais modeladas e organizadas pelo pensamento e a imaginação; formas mentais; formas ideoplásticas.
3. Psicossoma - veículo de manifestação pelo qual a consciência se manifesta no plano extrafísico; corpo astral; perispírito; corpo espiritual; astrossoma; corpo dos desejos; corpo psíquico; corpo emocional; corpo fluídico; corpo sutil; duplo astral.
4. Maya - do sânscrito - ilusão; tudo aquilo que é mutável, que está sujeito à transformação por diferenciação.
Obs.: Como um excelente complemento a esses esclarecimentos projetivos de Ramatís, posto na sequência um excelente texto do meu amigo Enki, professor de Yoga e pesquisador das experiências fora do corpo.

★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ 

A PROJEÇÃO DA CONSCIÊNCIA E A BUSCA PELA LUCIDEZ
(Essa matéria foi publicada na edição especial sobre "Viagens Fora do Corpo" - da Revista de Espiritismo Cristão - Ano 2 - Número 7 - Janeiro de 2003 - Editora Vivência. Aqui o texto está na íntegra, sem os cortes normais de edição de uma revista, e com notas de rodapé adicionais.)
- por Enki -
Um dos pontos mais buscados dentro do estudo da projeção da consciência (1) é a lucidez extrafísica.
A Projeção da consciência é caracterizada pela presença de três estados distintos de lucidez consciencial. São eles:
a) Inconsciência ou total falta de lucidez - No estado de inconsciência, geralmente, "dormimos" acima do corpo físico, ficando presos à cúpula de energia que envolve e protege o corpo físico durante a projeção (2). No entanto, em alguns casos, nosso corpo espiritual (3) pode se dirigir ao local, pessoa ou atmosfera psíquica em que estávamos sintonizados nos momentos anteriores ao sono. É possível para o projetor consciente ver o corpo extrafísico de encarnados flutuando à deriva.
b) Semiconsciência ou lampejos de lucidez - É caracterizado pela retomada esporádica da lucidez. Em muitos casos, um estado de torpor toma conta do projetor e esse não consegue identificar com clareza o que acontece com ele, como se estivesse embriagado. O processo de saída ou volta ao corpo nem sempre é percebido. Geralmente retomamos a lucidez no meio da projeção.
c) Consciência ou lucidez: O estado de total lucidez é caracterizado pelo total controle dos processos projetivos pelo praticante, onde esse interage "conscientemente" com o meio onde se encontra projetado.
Mas o que é lucidez realmente?
O que é estar lúcido?
De maneira geral chamamos de lucidez o estado mental onde percebemos a nós mesmos e o ambiente ao redor e interagimos com os objetos exteriores à nossa mente. É quando o senso de "EU" está presente e ativo.
Esse sentido de Eu ou Ego é o principal agente na obtenção da lucidez, seja ela física ou extrafísica, pois ele é o intermediário entre as percepções captadas pelos órgãos dos sentidos, levando-as ao contato com o princípio inteligente que interpreta essas percepções, transformando-as em sensações.
Portanto, é importante ter a certeza de que o Ego, muitas vezes criticado pelas correntes espiritualistas, é extremamente importante para o crescimento espiritual, pois se usado corretamente pode se transformar em aliado poderosíssimo.
Ramakrishna (4), sábio hindu que viveu no século XIX, costumava dizer que, se ainda não era possível aniquilar o senso de Eu, que seria interessante usá-lo ao nosso favor.
Mas como fazer isso?
De maneira a analisar o nosso Eu, nós temos que começar analisando os objetos dos sentidos e a suas relações com o corpo material.
Nós possuímos cinco sentidos de percepção mais a mente que processa essas informações. Esses cinco sentidos são portas pelas quais nosso ego individual entra em contato com o mundo exterior.
Através das vibrações recebidas pelos objetos exteriores é que construímos a nossa realidade.
Tomaremos como exemplo a percepção das cores.
Através dessas vibrações nós vemos cores diferentes nos objetos e a visão dessas cores vem através de vibrações especificas que entram em contato com os nossos globos oculares e é através dos globos oculares que essas vibrações são focadas, e então é produzida uma imagem invertida nas retinas.
Nós não estamos cientes dessa imagem invertida, mas essa imagem invertida, seja de uma cadeira ou de qualquer outra coisa, produz certas mudanças nos nervos óticos. As vibrações captadas pelos nervos óticos são levadas pelas células do cérebro e uma nova mudança ocorre, e essa mesma vibração é traduzida pelo Ego em sensações. Ego é o agente do princípio inteligente, da Consciência ou Em Si do ser.
Se essas vibrações não forem traduzidas em sensações por um princípio consciente, elas permanecerão apenas como vibrações.
As que são traduzidas como percepções se transformam em sensações e outro processo mental se desenrola e essas percepções serão transformadas ou convertidas em conceitos.
Sendo assim, se eu fechar meus olhos e pensar em uma cadeira, estarei desenhando uma forma mental da mesma cadeira. Isso é um conceito.
Você tem a forma ou conceito da cadeira, e a chama de cadeira e quando você vê algo semelhante a uma cadeira, você compara isso com o seu conceito de cadeira. Se isso não for semelhante ao seu conceito, você a chama de qualquer outra coisa. Esse mesmo processo é usado para formar conceitos sonoros (ex.: o som de uma bateria, de um carro, ou de um rojão).
Mas essas percepções só se tornarão sensações se houver um princípio inteligente operando nos bastidores.
Um corpo sem vida pode estar com os órgãos dos sentidos em perfeito estado, mas mesmo assim não irá produzir sensações, pois o princípio inteligente já não está mais presente.
Esse processo analítico é muito importante para o conhecimento das operações do Eu. Quando nós despertamos para essa análise, tentamos traçar a causa da sensação e, feito isso, estaremos aptos para descobrir o objeto causal das percepções e das sensações. Para isso um novo processo mental se desenrola e a mente tenta traçar a sua causa. Não são os órgãos dos sentidos que tentam traçar a causa, mas sim a mente inteligente.
Então nós projetamos nosso conceito de nossa mente para o exterior e pensamos que alguma coisa produziu a sensação. E assim nós identificamos a cadeira como cadeira. Mas de fato nós nunca vimos uma cadeira.
Isso parece estranho, não é mesmo? A cadeira não existe? Ao que tudo indica, parece que isso é verdade. Nós não podemos ver a cadeira externa e nós apenas podemos ficar conscientes da sensação. Tentarei explicar essas afirmações nas linhas abaixo.
O que vemos é produto de nossa carência emocional.
A Consciência emana a todo instante sentimento em todas as direções.
Essa emanação é fruto da carência de perceber a si mesma.
O primeiro plano onde essa carência se manifesta é o plano mental (lembrando que aglutinamos os sete planos em apenas três). Se nesse plano a minha emanação de sentimento encontra resposta, ela volta à consciência e a mesma se torna mais sábia. Se isso não ocorre, mais energia é empregada e a minha consciência se manifesta no plano astral. O processo se repete e se minha carência não for preenchida, mais energia é empregada e eu me manifesto no plano físico.
Encarnamos para satisfazer nossas carências e, assim, nos tornarmos consciências mais completas, sábias. A manifestação física é baseada na interação dos cinco sentidos e da mente com os objetos com que nos relacionamos. Os nossos sentidos estão captando vibrações dos objetos a todo instante e a nossa relação com esses objetos tem como objetivo nos tornar mais completos, plenos. Quando os nossos sentidos interagem com os objetos uma sensação é produzida e essa sensação deixa uma impressão na nossa mente. Essa impressão nós chamamos de prazer e pode ser dividida em "gosto" e "desgosto".
A impressão deixada fica adormecida, latente até que ela encontre as condições favoráveis para se manifestar novamente. Mas o que buscamos de fato? Qual é o objetivo real de nossas buscas? Felicidade.
Queremos nos sentir, livres, plenos, absolutos, completos. Quando nos relacionamos com um objeto, seja uma cadeira, um chocolate, ou qualquer outra coisa, buscamos nessas relações a satisfação de nossa carência de ser feliz e pleno. Nesse processo temos a oportunidade de perceber que os prazeres, a suposta felicidade originada dessas relações, são efêmeros, logo se esvaem, e rapidamente estaremos transportando nossa busca para outro objeto. Infelizmente, na maioria das vezes, nós não estamos conscientes desse processo.
Nós entramos em contato com muitos objetos, mas só ficamos conscientes de uns poucos. No entanto, todos os objetos com os quais os órgãos dos sentidos entram em contato modificam a mente, deixando impressões, que podem ser subconscientes ou subliminares.
Quando converso com alguém, o meu foco principal de atenção é a pessoa. No entanto, os meus órgãos dos sentidos estão trabalhando em conjunto com a minha mente e me dizendo se a roupa da pessoa me agrada ou não, se a voz dela me agrada ou não, se as cores do ambiente me agradam ou não, se os sons me agradam ou não, e por aí vai...
Todas essas relações são armazenadas na mente e separadas baseadas na relação de gosto e desgosto que temos com elas. Nossa mente é como um lago, onde a superfície representa a relação mente/objeto de forma mais direta. O fundo do lago representa as impressões captadas pela mente e que estão "adormecidas", em sua forma latente. É o que chamamos de subconsciente.
Mas algumas vezes a superfície do lago se agita, revolvendo os detritos do fundo do lago, levando-os para a superfície. Da mesma maneira, quando surge um momento propício, informações de nosso subconsciente "sobem" para a mente consciente. Isso ocorre o tempo inteiro e nós nem percebemos.
Por exemplo: nesse exato momento, algumas pessoas que estão lendo esse texto podem estar balançando o pé, ou então, balançando o corpo. Por quê?
Porque certa música surge em minha mente de uma hora para outra, "sem mais nem menos"? Qual o estímulo que me levou a balançar o pé ou colocar a mão no queixo? Estou ciente disso? Geralmente não, mas os impulsos existiram e são possíveis de se descobrir com o uso do discernimento.
Esses são exemplos de sensações do subconsciente que se tornam objetos de nossa mente "consciente" sem que percebêssemos o processo. Muitas de nossas ações "conscientes" são, na verdade, frutos de estímulos de nossa mente subconsciente que "vem à tona" na mente consciente. Sabendo desse processo, pergunto: Estamos lúcidos? Não. Temos momentos de lucidez. Tanto dentro como fora de nosso corpo físico.
O estudante espiritualista costuma dividir o Homem em três corpos: o corpo mental, o corpo astral e o corpo físico.
Aceitamos o fato de que o corpo mental é "mais rápido" do que o corpo astral, e que o corpo astral é "mais rápido" do que o corpo físico. Pensar (mental) é mais rápido do que sentir (astral), que é mais rápido do que a ação física. A percepção consciencial no nível mental é extremamente difícil, pois as emanações são extremamente sutis. Essas vibrações sofrem uma densificação no plano astral, mas mesmo assim ainda são rápidas para nossa percepção consciencial. A manifestação no plano físico é a mais densa e mais lenta das três, mas ainda é rápida para nossa manifestação consciencial atual.
Todas essas manifestações ocorrem em seus mais variados graus, não sendo algo estático ou pré-definido. Do mental ao astral há infinitas gradações, e do astral ao físico também, pois uma manifestação consciencial nunca é igual à outra. Para ilustrar melhor o que foi dito acima, usaremos o simples exemplo de comprar uma maçã.
No plano mental, se desejo uma maçã, instantaneamente surge uma para mim. Eu fiquei mais sábio com isso? Não, foi tão rápido e eu sou tão imaturo que não assimilei o processo, pois ele carecia de algo com o qual eu me identifico muito: emoção.
Já no plano astral, com um pouco de concentração a maçã se forma em minhas mãos. Isso requer mais tempo que a manifestação mental, mas mesmo assim é muito rápido se comparado ao plano físico. Fiquei mais sábio com essa manifestação astral? De maneira geral, posso dizer que não. A experiência ainda é muito rápida e eu, imaturo que sou, não compreendi os processos. Percebo apenas um traço da experiência, pois já há a emoção presente no processo.
No plano físico, para eu ter a maçã eu preciso comprá-la (na maioria das vezes, mas esse exemplo também serve para aquele que apanha a maçã da árvore). Para comprá-la eu preciso de dinheiro. Para ter o dinheiro eu preciso trabalhar; para trabalhar preciso de uma profissão; para exercer a profissão, preciso de uma qualificação; para ser qualificado preciso ter estudado, e por aí vai...
A quantidade de ações que eu tive que desenvolver para poder ter a maçã me colocaram em diversas experiências, e são essas elas que podem me deixar mais sábio. No entanto, nem sempre nos tornamos mais sábios. Por quê? A interação com a maçã produz em nós uma modificação emocional (o prazer - gosto e desgosto) e essa identificação emocional é tão forte que tolhe a percepção direta da Consciência.
Será que o plano físico é muito rápido para nós? Parece que sim. Se não o é, por que repetimos os mesmos erros várias vezes? Por falta de atenção nessas interações e pelo nosso descontrole emocional (parecemos macacos indo de galho em galho, ou de desejo a desejo), estamos cada vez mais enraizados no ciclo reencarnatório.
O nosso corpo astral é a sede de nossas emoções, portanto, o controle emocional é uma das chaves para a lucidez. Entendendo as nossas relações com os objetos (e no nosso estudo tudo é objeto e nós somos o sujeito), estaremos nos tornando cada vez mais lúcidos, despertos e essa lucidez se refletirá fora do corpo físico. O que me adianta buscar a lucidez astral se não consigo controlar a minha raivinha durante o trânsito da cidade?
O nosso corpo físico funciona como um freio, pois ele nos permite perceber as emanações emocionais com mais clareza. Mesmo não dando muita importância para elas, ou nem mesmo percebendo-as, elas existem. E são essas variações emocionais que causam a falta de lucidez, seja ela física ou extrafísica.
O que somos aqui não é diferente do que somos fora do corpo. Somos um só. No entanto, os meios onde me manifesto são diferentes. O corpo físico obedece a leis naturais específicas do plano material e o corpo astral obedece às leis naturais específicas do plano astral. Nada é místico ou esotérico, mas sim natural e passível de investigação, entendimento e controle.
Sair do corpo não é privilegio ou dom. É um processo natural que envolve muita responsabilidade, assim como estar no corpo. A busca pela lucidez não é - ou não deveria ser -, uma exclusividade dos projetores ou estudiosos da projeção astral (5). Ela é a chave para o processo de iluminação, de despertar. Nossa felicidade não está condicionada a uma mudança de plano. O paraíso é portátil, está dentro de cada um de nós. O inferno também, se assim quisermos.
Estar encarnado é oportunidade de experiência, de crescer e ter a chance de compreender os processos da Existência. Dentro ou fora do corpo o importante e estar lúcido, e a busca pela lucidez é um ato de amor de nós a nós mesmos e ao mundo.
- Nota: Enki é o pseudônimo de Luiz Fernando Mingrone, professor de Yoga do IPPB - formado pelo Shivananda Institute of Yogic Studies, com sede em Rishikesh, Índia.
Possui mais de dez anos de experiência no ensino das filosofias do Yoga, Tantra e Vedanta. É pesquisador e ministrante de cursos e palestras sobre espiritualidade oriental. É o orientador do ESULC - Espaço Universalista Luz da Consciência, onde ministra cursos sobre Tantra, Yoga, Meditação, Projeção Astral, e Bioenergia, dentre outros. É um dos maiores estudiosos do Hinduísmo no Brasil.
Para mais detalhes sobre o seu trabalho, ver sua coluna na revista on line do nosso site - www.ippb.org.br
- Notas do texto (por Wagner Borges):
Para facilitar o entendimento dos leitores, peço permissão ao Enki para colocar algumas notas explicativas sobre algumas expressões projetivas.
Vamos a elas.
1. Projeção da consciência - É a capacidade parapsíquica (inerente a todas as criaturas) que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico; viagem astral (Ocultismo); projeção astral (Teosofia); projeção do corpo psíquico (Ordem Rosacruz); experiência fora do corpo (Parapsicologia); viagem da alma (Eckancar); desdobramento, desprendimento espiritual ou emancipação da alma (Espiritismo).
2. Cúpula de energia (ou faixa de atividade do cordão de prata) - Durante a projeção, é formada uma cúpula de energias que envolve totalmente o corpo físico e o interpenetra em todas as partes. Essa cúpula se estende de três a quatro metros ao redor do corpo físico, em todas as direções. Sua origem e funcionamento estão intimamente relacionados com a ação do cordão de prata, do qual ela faz parte. É, por assim dizer, a parte mais densa do cordão de prata que se expande e envolve o físico, vedando-o totalmente. Esse perímetro energético é denominado de faixa de atividade do cordão de prata e é responsável por uma série de fenômenos projetivos, tais como: catalepsia, oscilações do psicossoma, tração do cordão de prata, repercussões físicas, ballonnement, e outros.
Portanto, o projetor não deve recear que alguma entidade desencarnada se aposse de seu corpo físico, abandonado durante a projeção. Isso é impossível, devido à ação dessa faixa de atividade do cordão de prata, que mantém o corpo físico isolado de qualquer interferência extrafísica.
Obs.: Cordão de prata - Conduto energético que liga o corpo espiritual ao corpo físico; cordão astral, cordão fluídico; cabo astral, cordão de luz; laço vital; fio de prata; cordão perispirítico.
3. Corpo espiritual - Cristianismo - Cor. I, cap. 15, vers. 44.
Sinonímias: Corpo astral - do latim, astrum - estrelado - expressão usada pelo grande iniciado alquimista Paracelso, no séc. 16, na Europa, e por diversos ocultistas e teosofistas posteriormente.
Perispírito - Espiritismo - Allan Kardec, séc. 19, na França.
Corpo de luz - Ocultismo.
Psicossoma - do grego, psique - alma; e soma, corpo. Significa literalmente "corpo da alma" - Expressão usada inicialmente pelo espírito André Luiz nas obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier e por Waldo Vieira, nas décadas de 1950-1960, que atualmente é mais usada pelos estudantes de Projeciologia.
4. Paramahamsa Ramakrishna - mestre iogue que viveu na Índia do século 19 e que é considerado até hoje um dos maiores mestres espirituais surgidos na terra do Ganges. Para se ter uma idéia de sua influência espiritual, posso citar que grandes mestres da Índia do século 20 se referiram a ele com muito respeito e admiração, dentre eles o Mahatma Ghandi, Paramahamsa Yogananda e Rabindranath Tagore.
5. Para mais informações sobre as experiências fora do corpo, ver o meu livro "Viagem Espiritual - II" - disponibilizado para leitura gratuita em nosso site - www.ippb.org.br


 Nave Mãe no Facebook- https://www.facebook.com/blognavemae/
 Nave Mãe no YouTube - http://www.youtube.com/user/AnaNaveMae?feature=mhee
 Blog Nave Mãe - http://navecomando.blogspot.com/

Um comentário:

  1. eu estou sem tempo p ler agora,vou partilhar..quero ler com calma,mas tenho certeza q é maravilhoso..estou precisando entender mais sobre......................

    ResponderExcluir