domingo, 14 de novembro de 2010

O plano astral



Todos nós, embora na maior parte não tenhamos consciência, vivemos no seio de um vasto, invisível e populoso mundo. Quando dormimos ou quando no estado de êxtase, os nossos sentidos físicos entram momentaneamente num estado de inação, neste caso podemos até certo ponto ter a consciência desse mundo e muitas vezes acontece de trazermos - ao despertar - recordações mais ou menos vagas, do que lá vimos e ouvimos.

Quando, por ocasião dessa transição a que vulgarmente chamamos "morte", o homem se despoja totalmente do corpo físico, é nesse mundo invisível que ele ingressa e lá fica vivendo durante os longos séculos que medeiam entre as suas encarnações nesta existência terrestre. A maior parte destes longos períodos, a sua quase totalidade mesmo, é passada no mundo-céu, ou Devachan. O presente trabalho é dedicado à parte inferior desse mundo invisível, ao estado em que o homem ingressa imediatamente após a morte, é o "Plano Astral".

A primeira idéia a fixar nessa descrição é a absoluta realidade do plano astral. O plano astral existe. Mas, é claro, quando falo de realidade, não parto do ponto de vista metafísico que diz nada haver de real, porque tudo é transitório, a não ser o Absoluto não manifestado. A palavra é empregada no seu sentido vulgar, de todos os dias, e quer significar que os objetos e habitantes do mundo astral são reais, precisamente como os nossos corpos, a nossa mobília, casas e monumentos – tão reais como qualquer lugar que estamos habituados a ver e a freqüentar diariamente.

Tudo o que existe nesse plano não dura, naturalmente, mais do que os objetos do plano físico, mas, precisamente como estes, não deixa de ser uma realidade cuja existência não temos o direito de ignorar, simplesmente pelo fato de a grande maioria da humanidade não ter por enquanto consciência dela, ou, quando muito, apenas a pressentir vagamente.

É importante ressaltar que no nosso sistema solar existem planos perfeitamente definidos, cada um formado pela sua matéria de diferentes graus de densidade, e que alguns desses planos estão abertos à visita e à observação dos que conseguiram obter os requisitos necessários para isso, exatamente como qualquer país estrangeiro está ao alcance do turista.

Estes se chamam, por ordem decrescente de densidade da matéria que os forma, respectivamente, Físico, Astral, Mental, Búdhico e Nirvânico. Acima destes há ainda dois, mas tão além das nossas atuais faculdades de percepção que, por enquanto, não nos ocuparemos deles. A matéria que forma estes planos é absolutamente a mesma; a sua densidade em cada um deles é que difere: é como se houvesse um formato de água-gêlo, outro de água-líquido, outro de água-vapor, etc. É matéria ainda mais rarefeita a que forma os outros, mas na essência, é a mesma matéria.

A região astral, forma o segundo destes grandes planos da natureza – o imediatamente superior (ou interior) a este mundo físico, tão conhecido de nós todos, e onde vivemos. O Plano Astral tem-se lhe chamado "o reino da ilusão", não porque em si seja mais ilusório do que o mundo físico, mas porque as impressões que dele trazem os observadores pouco treinados são extremamente vagas e impalpáveis, oferecendo, portanto pouco crédito, fato devido a duas causas principais: em primeiro lugar, os seus habitantes tem o poder maravilhoso de mudar constantemente de forma com uma enorme rapidez e de exercer, por assim dizer, uma espécie de magia ocasional sobre aqueles à custa de quem se querem divertir; e em segundo lugar, a faculdade de ver nesse plano é muito diferente da faculdade visual que nos é dada no plano físico.

É, além disso, extraordinariamente mais desenvolvida, pois, um objeto é, por assim dizer, visto por todos os lados ao mesmo tempo. Olhando para um sólido com a vista astral, o olhar abrange não só o exterior mas o interior do corpo compreende-se, portanto, que seja extremamente difícil para um observador com pouca prática ter compreensão nítida do que vê, extrair da imagem confusa, que pela primeira vez se lhe apresenta à vista, a noção verdadeira do seu significado, e, acima de tudo, é-lhe quase impossível traduzir o que realmente vê, servindo-se da pobre linguagem de que usa diariamente.

A primeira introdução consciente nesta região notável vem aos homens por várias maneiras, o caso mais vulgar é quando começamos a recordar-nos , com uma nitidez sucessivamente maior, do que vimos e ouvimos nesse plano, durante o sono. Todavia, assim como o explorador no plano físico começaria provavelmente a descrição de uma região por uma espécie de descrição geral do cenário e respectivas características, também nós, ao empreendermos tornar conhecido o plano astral, começaremos este ligeiro esboço por tentar dar uma idéia do cenário que forma o fundo das suas atividades maravilhosas e sempre diferentes.

Mas, logo no começo surge-nos uma dificuldade quase insuperável, derivada da extrema complexidade do assunto. Todos aqueles que admiram o poder de ver claramente no plano astral, são unânimes em reconhecer que a tentativa de evocação de uma pintura cheia de vida desse cenário perante olhos inexperientes, eqüivale a querer fazer admirar a um cego, por uma simples descrição oral, a requintada variedade dos matizes de um pôr de sol; - por mais expressiva, mais detalhada e mais fiel que seja a descrição, nunca se pode obter a certeza de que no espírito do cego se represente com clareza a verdade.

Antes de mais nada, é preciso não esquecer que o plano astral tem sete subdivisões, e cada uma destas tem um grau de materialidade que lhe é próprio e corresponde a um certo estado de agregação de matéria. A matéria de todos os subplanos tem de encontrar-se aqui na superfície da terra, porém o plano astral é muito maior do que o físico, estende-se alguns milhares de quilômetros acima da sua superfície. Quanto mais alto nos elevamos, mais rarefeito se torna o ar, e a mesma verdade se aplica à matéria astral. Nosso mundo astral toca o da lua no perigeu, porém não no apogeu; mas naturalmente o contato se continua ao mais elevado tipo de matéria astral.

As sete subdivisões do plano atral entram, naturalmente, em três grupos:
(a) a sérima, ou a mais baixa;
(b) a sexta, a quinta e a quarta;
(c) a terceira, a segunda e a primeira.

O subplano 7 tem o mundo físico como seu ambiente, embora apenas uma visão parcial e distorcida dele possa ser vista, já que tudo quanto é luminoso, bom e belo parece invisível.

Os subplanos 6, 5 e 4 tem por ambiente o mundo físico com o qual estamos familiarizados. A vida no número 6 é como a vida física habitual, com o corpo e suas necessidades a menos. Os números 5 e 4 são menos materiais e mais afastados do mundo inferior e seus interesses.

Os subplanos 3, 2 e 1, embora ocupando o mesmo espaço, dão a impressão de estarem muito distantes do mundo físico e, por conseguinte, menos materiais. Nesses níveis as entidades perdem de vista a Terra e seus assuntos. Ficam, habitualmente, profundamente absorvidas em si mesmas e criam, em grande parte, seu próprio ambiente, embora este seja suficientemente objetivo para se percebido por outras entidades.

Com vista astral, todos os objetos, mesmo os pensamentos físicos, tomam um aspecto diferente. Como já se disse, os olhos astrais vêem um objeto, não só sob um certo ponto de vista, mas por todos os lados ao mesmo tempo – idéia, que em si é bastante confusa. Se acrescentarmos, ainda, que todas as partículas existente no interior de um corpo sólido se apresentam tão nitidamente visíveis como as da superfície, compreenderemos facilmente que mesmo os objetos que nos são mais familiares apresentem uma aparência que os torna inteiramente irreconhecíveis.

Contudo, refletindo um momento, veremos que esta visão está mais próxima da verdadeira percepção do que a vista física, o que evidentemente não passa de uma ilusão do sentido visual.

No entanto, ainda há mais causas de erro: assim, esta vista superior distingue formas de matéria invisíveis em outras condições, como por exemplo, as partículas constituintes da atmosfera, todas as variadíssimas emanações que os corpos, que tem vida, constantemente libertam de si, e ainda mais quatro graus de uma ordem de matéria bem mais rarefeita, a que, por falta de designação distintiva, chamaremos etéricas. Estas fornecem, por si, uma espécie de sistema, que interpenetra livremente toda a outra matéria física.

Em primeiro lugar, cada objeto material, cada partícula mesmo, tem o seu duplicado astral. Este duplicado, por vezes, não é um corpo simples; é um corpo extremamente complexo, constituindo de várias espécies de matéria astral. Além disso todos os seres vivos estão rodeados de uma atmosfera, que lhe é própria, vulgarmente chamada "aura", que no caso do homem é um assunto de estudo extremamente fascinante.

Ainda a respeito da aparência tomada pela matéria física quando vista à luz astral, outro ponto há que merece menção: é o fato de esta visão superior astral ter o poder de aumentar os objetos, levando qualquer partícula, por minúscula que seja, à grandeza que se deseje, tal qual um excelente microscópio, se nos é permitida tão grosseira comparação, pois na realidade não há nem poderá haver nenhum desses instrumentos, capaz de possuir um poder de aumento tão extraordinário. A molécula e o átomo, criações hipotéticas para o homem de ciência, são para o ocultista realidade visíveis, e de uma complexidade intrínseca muito maior do que para os físicos e químicos do nosso mundo.

Do que acabamos de dizer compreende-se que, embora sejam realmente os objetos vulgares do mundo físico que formam o fundo do cenário do plano astral, aparecem, contudo, com um aspecto tão diferente, pelo muito mais que deles se vê, que se nos tornam quase irreconhecíveis e julgamos estar em presença de objetos novos, tanto e tão profundamente modificados, na infinita variedade dos seus pormenores.



Esboçado assim, embora ligeiramente, o fundo do nosso quadro, devemos agora colocar-lhe as figuras, descrever os habitantes do plano astral. Não é fácil tarefa classificá-los e ordená-los, tão complexa é a sua variedade. Parece-nos melhor começar por dividi-los em três grandes categorias: os humanos, os não-humanos e os artificiais.

Os cidadãos humanos do mundo astral separam-se naturalmente em dois grupos: os vivos e os mortos, ou, falando com mais precisão, aqueles que ainda tem corpo físico e aqueles que já o abandonaram.

Leia a matéria completa em http://www.lexbueno.hpg.com.br/Astral.htm


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