Um vislumbre do Lar

Eu era livre, eu voava

Eu passava rente aos oceanos

E eu desenhava neles com meus dedos

Eu abraçava a diversidade

Eu vivia a Grandeza Suprema de Tudo que Há, eu Era

Era possível ir do agora para o amanhã

Era possível também dar uma espiada no que já foi

Se a intenção fosse ir lá longe, onde a vontade queria

Eu estava lá

Mas mais um corpo me aguardava

Era uma menina, ia se chamar Ana

E era, mais uma vez, hora de regressar à falta de memória

Era hora de mostrar o quanto eu sou corajosa

Uma mãezinha me esperava, era hora

Minhas asas já começavam a atrofiarem-se

Me lembro que olhei meus amigos

Lavei meu rosto de saudade

Olhei aquelas flores que cintilavam, tinham vida

Os pássaros que pousavam nas minhas mãos

O vento era música, o céu, era indescritível

Olhei para o azul da Terra que me chamava

A dor da saudade me feriu..., antes mesmo de partir

Essa saudade eu carrego até hoje, nas noites de lua cheia, ela me machuca

Num chamado que eu não identifico de onde vem

Numa saudade de pessoas que eu sei que conheço e sempre procurei

Levei muito tempo planejando uma família

Onde eu pudesse ser testada em meus pontos mais frágeis

Onde eu pudesse não sofrer, mas sim, entender certos processos

Eu me lembro que abracei o meu mais ácido “inimigo” e pedi:

Me faça entender...

Eu sabia que era sofrido!

Mas eu precisava da tranqüilidade do dever cumprido

Da paz de não ter um prisma sem desenvolver

Eu precisava!

Eu me lembro que com profunda confiança em mim

Perante meus guias e amigos (que me protegem sempre)

Eu prometi

Que mostraria aos corações dormentes

O quanto eu vi e entendi pelos éons sem fim

Que eu tentaria com palavras ( como é difícil!)

Com atitudes também, que eu me mostraria

Eu pintaria o sabor do vôo da liberdade da alma

Eu falaria da Criança que vive em cada um.

Eu insistiria na simplicidade, que é o único caminho

Eu prometi que mostraria meu coração, minhas origens

Eu fui corajosa e o profundo amor à Luz me fez dizer com a mão no peito:

EU VOU! EU VOU LEVAR O CÉU À TERRA!

Aqui eu tive que lutar contra a limitação da família

Que não me disse: Voa criança! Vai confiante, nada tema! A vida é beleza, sempre!

Eu tive que descobrir sozinha, entre dores

Eu tive que lutar contra mausoléus imponentes e seculares, construídos com ignorância

E eu só tenho o meu instrumento para desconstruir: o que Eu Sou

Eu sabia que seria sozinha

Eu sabia que me olhariam e não me viriam

Eu sabia que isso seria lancinante por um tempo

Mas eu venci isso

E eu passei todo esse período de vida aqui curando-me

Saindo de um estado de entendimento vesgo e manipulado

Que estava muito distante do que eu sei, eu sinto, que é real

Hoje eu manifesto a coragem que eu tive no dia dos meus votos

E o que mais importa hoje é cumprir minha promessa

Eu chego a vislumbrar a alegria dos Meus

Eu chego a ver os pássaros pousando nas minhas mãos, outra vez

Eu já sei até voar!

Eu só não sei voltar pra Casa...

Algo me diz que não é hora

Que se eu fosse não voltava mais pro Trabalho

E eu te digo, alma querida, irmã da minha...

Aqui é lindo, o Agora é de uma beleza imensa

E você vê isso quando se limpa das construções manipuladas

Mas existe um Lugar que te espera

Abraços te esperam

Olhares de profunda aceitação e compreensão

Que te curam, que te lêem, sem esforço

Te esperam

Respira aliviada, Alma Linda!

Teus amigos nunca te deixaram,

Cada lágrima, cada dor sua é sentida entre eles

E os caminhos para a cura te são sempre oferecidos

Enxerga-os, além do véu!

Você está Aqui!

Então cumpre o que seu coração quis

Traz o Céu aos irmãos que dormem

Convida-os ao vislumbre do Infinito

Mostra os Caminhos da Luz

Desconstrói os que a ignorância sulcou, com muita força, nos corações

Não vai ser fácil, e nós sabemos bem

Mas esse é o sabor da aventura de ser humano

Eu saio, em intenção e imaginação

Eu saio Daqui

E me coloco de joelhos diante dos Meus

E peço...

Coragem, Força, Alegria

Que o meu grito seja ouvido!

Que eu chegue LÁ e seja recebida com festa

Que o teu coração, meu irmão do Cosmos

Se lembre do momento em que se ofereceu para o trabalho

Em que quis ser útil à Luz

NADA: julgamentos, rótulos, rejeições

Nada te afaste do que se propôs

Que a rotina e o cansaço, esmagadores

Não te façam escolher caminhos mais convenientes

Que você saiba ser claro, e mostrar-se

Nenhum diamante é tão precioso quanto o seu coração

E é essa diversidade de Presenças que alimenta a transição para a Nova Terra

Eu te espero, para o abraço em Casa

Por enquanto, eu te abraço Aqui

Eu aperto a sua mão, eu sorrio pra você

Não me estranhe, eu sou da sua família

E eu te chamo de Irmão

Eu já pude espiar a Verdade

E eu venho te contar

Feliz, despertando, falando da alegria que é o Trabalho da Luz

Em Santa Unidade, em amor manso e em propósito firme,

Ana Paskakulis

Nave Mãe - http://navecomando.blogspot.com/

(Postado pela primeira vez em 17/04/11)