domingo, 10 de julho de 2011

Escolher o desprendimento

Mensagem de Meredith Murphy

Eu decidi que há várias coisas na vida que desejo ver de forma muito leve – o comportamento surpreendente de pessoas que eu conheço; definitivamente, as notícias e muitos eventos mundiais … E, assim, nesta aspiração para tornar a vida mais fácil, estive a explorar as minhas experiências e a perceber: o desprendimento exige confiança.

Ser desprendido significa ter um ar de facilidade para com toda a vida. É uma qualidade maravilhosa e eu adoro ainda que a definição use a palavra “ar”. Quem não gosta de experimentar ou de levar a cabo algo desafiador ou difícil de ânimo leve? É um alívio! O outro lado da moeda é fazer algo tremendo e impressionante, igualmente de forma leve.

Oh… não estava a contar com isso?

Buda é rápido a lembrar-nos que não nos apeguemos a nada – bom ou mau. Ou o que quer que seja – sei que estamos a caminhar para lá dos rótulos, a questão é que identificarmo-nos em excesso ou agarrarmo-nos a qualquer coisa não é de facto útil para cultivarmos a facilidade.

Existe uma linha subtil entre levantarmos as sobrancelhas e vermos, fazermos ajustamentos para criar uma experiência futura e seguirmos em frente e pressionarmos veementemente algo – amplificando-o assim e envolvendo-nos com ele ainda mais.

Existe também uma linha subtil entre saborear e agarrar. Tem tudo a ver com estar no fluxo do momento. Por exemplo, no outro dia a minha gata, Astra, veio e eu estava a acariciá-la – o que ela estava a adorar e eu estava a adorar – e então ela saltou e eu fiquei simplesmente a vê-la andar e estava a persistir neste momento de comunhão que tínhamos acabado de partilhar e a observá-la, e fiquei surpreendida quando ela saltou para a janela por ter visto um pássaro. E percebi: é isso! Ela já tinha seguido em frente e, mesmo que tenha sido apenas um pequeno momento, eu ainda estou aqui – de volta ao passado nas minhas emoções com a experiência.

Eu percebo que sempre que não respondo à vida desta forma – com desprendimento – que tudo se resume a comportamento não-livre ou hábito, alguma ideia limitativa, algum ponto de vista fora de sincronia com o fluxo da fonte dentro de mim, em última instância, com uma falta de confiança da minha parte. Tal como talvez, eu não terei outro momento como este. Ou, de algum modo, não pensar que cada momento pode ser o único de que posso desfrutar inteiramente.

Isto faz-me pensar sobre lavar a loiça ou cortar lenha – todas essas ideias Budistas que nos lembram que podemos desfrutar de qualquer coisa se trouxermos a nossa plena presença para ela. É verdade, vós sabeis.

Assim, eu vejo como o desprendimento exige que eu considere o que, exactamente, ACREDITO em relação à vida! Vejo todos os momentos como iguais? Espero que cada momento seja tão capaz de alegria profunda como qualquer outro? É a incrível experiência de canalizar uma mensagem – é essa experiência mais madura para a felicidade do que fazer café? Se eu sou um ser eterno divino capaz de felicidade limitada, estou na verdade a abordar a vida a partir de um espaço de confiança confiando que ela surja e sintonizando-me com ela?

Confio verdadeiramente na minha própria divindade? No tempo certo, na divina orquestração da vida? Não simplesmente como uma ideia, mas estou a viver-respirar-ser com isto como a minha realidade?

Para além do mais, abraço eu verdadeiramente a minha capacidade de criar a minha experiência, sentindo-me em última análise tão poderosa que, o quer que me surja que eu inadvertidamente não tenha criado para meu gosto, pode simplesmente ser visto como um reflexo do meu próprio descuido de concentração e re-moldado ao meu próprio gosto?

Estes são os subtis meandros da nossa novidade a fluírem! Percebemos que somos de facto capazes de tudo e, embora eu escolha a admiração, o respeito, a felicidade, a inspiração, o deslumbramento, o amor, a abundância, a clareza, o foco, a diversão e muitas outras experiencias, escolho também ter a minha energia na vida a fluir através da escolha do que despoletar pelos reflexos que me apanham desprevenida e não estão realmente na vibração que eu quero experimentar?

Tal como Astra, que sabiamente brinca com o seu reflexo no espelho da porta do armário, eu quero brincar com os reflexos do meu estado de ser – notando e, quando me sentir inclinada, ajustando.

Escolher o desprendimento quanto à vida não quer dizer ser casual, mas cheio de fé. A fé é um elemento essencial para um coração tranquilo. Somente relacionando-me com a vida a partir de uma abordagem cooperativa confiante eu consigo experienciar a diversidade de estar viva e as minhas incontáveis criações com o olho eterno de um criador poderoso e desfrutar de tudo.

O divertimento é uma parte maravilhosa e essencial da vida, um luxo a que todos temos acesso. Escolher o desprendimento e a capacitação proporciona-me uma alegria com a vida que eu acho que me ajuda a divertir, a descontrair e, neste estado de relaxamento, as ideias, as conexões, a energia e a clareza fluem com abundância. Estou também a aprender que posso confiar nisto – ao escolher de forma contínua o meu estado de ser, permaneço numa vibração perpetuamente criativa que produz alegria momento a momento.

O valor da auto-confiança é óbvio. Experimentá-la profundamente é outra coisa. Estou a aprender que ela pode ser cultivada – mantendo a minha palavra e compromissos para mim mesma com cuidado – considerando se quero verdadeiramente fazer esta escolha e vivê-la. Quanto mais eu mantenho a minha palavra e vivo a minha vida fazendo da minha própria felicidade e alegria a primeira prioridade, mais auto-confiança sinto.

Como estais no que toca a confiardes em vós próprios, no Universo, na vida em geral? E o que vos ajuda a sentir este sentimento, lá fundo, identificar-vos com ele e, literalmente, tornar-vos ele? Se isso vos interessa. Certamente interessa-me a mim, e eu adoraria saber qual é a vossa experiência em relação a isto.

Desprendimento para todos! Sim, deveras. Bem, para todos os que, de algum modo, estão interessados – esta é a minha intenção hoje. No meu mundo a facilidade está definitivamente DENTRO.

© 2009-2010, Meredith Murphy, Expect Wonderful|

Modern Paradise Publications - http://www.expectwonderful.com

Tradução: Ana Belo – anatbelo@hotmail.com

Luz de Gaia - http://www.luzdegaia.org/outros/diversos/desprendimento.htm

Nave Mãe - http://navecomando.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário