segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mapa de gravidade da Terra


Mapa de gravidade da Terra - Geoide Gravitacional
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Mapa de gravidade mostra a Terra parecida com uma batata

Apesar de parecer plana quando vista à longa distância, a superfície do oceano é na verdade repleta de vales, montanhas e saliências. Essas imperfeições são conhecidas há bastante tempo, mas só agora as forças que as criaram foram medidas com precisão e riqueza de detalhes. Estamos falando da atração gravitacional.

Após dois anos em órbita, o satélite europeu GOCE registrou dados suficientes para que os cientistas produzissem o mais completo mapa do campo gravitacional do nosso planeta, revelando de forma surpreendente como a gravidade age sobre as diversas áreas da Terra.

Chamado geoide gravitacional, o mapa em três dimensões foi apresentado por pesquisadores da Universidade de Munique, na Alemanha, em conjunto com cientistas da Agência Espacial Europeia, ESA. Segundo os estudiosos, o novo modelo permitirá compreender de forma mais profunda como funciona o interior do nosso planeta e ajudará na medição da circulação dos oceanos, variação no nível dos mares e nas dinâmicas do gelo, todos afetados pelas mudanças climáticas.

Quando foi lançado, muitos jornais e sites da internet apresentaram o novo mapa como se fosse a imagem da Terra vista do espaço. Apesar da boa vontade dos meios de comunicação, o gráfico mostrado não é uma visão real do planeta, mas um modelo do globo, ou geoide. Nele, as diferentes cores representam as zonas sob maior ou menor efeito gravitacional.

No geoide gravitacional, nosso planeta parece bastante deformado e colorido, lembrando uma batata em que as cores azuis representam áreas onde o campo gravitacional é menor, enquanto nas áreas vermelhas o efeito é maior. Essas diferenças ocorrem devido a não homogeneidade do terreno e das camadas profundas do planeta, que exercem maior ou menor efeito gravitacional.

No entender dos pesquisadores, uma das utilidades de longo prazo do novo modelo seria a melhoria na análise de terremotos. Como os movimentos das placas abaixo dos oceanos não podem ser vistos diretamente, os cientistas esperam poder detectar a assinatura gravitacional produzida pelo aumento de tensão e massa entre as placas, inferindo os locais onde a ruptura esteja próxima a acontecer.


Emprego direto
Além de permitir o estudo indireto do clima e abalos sísmicos, o novo mapa poderá ser usado quase que imediatamente nos sistemas de orientação e correção de satélites e também para melhorar a precisão dos dados de GPS.

Quando estão em órbita, os satélites sofrem influência direta das diferentes zonas gravitacionais criadas pelas grandes massas, como oceanos e cadeias de montanhas acima ou abaixo do nível do mar. Essas diferenças produzem "puxões" nos satélites em órbita, que ao longo do tempo alteram a rota seguida. Conhecendo-se com precisão onde e como agem as forças a que estarão submetidos, os computadores de bordo poderão fazer correções de longo prazo, possibilitando um melhor aproveitamento do combustível usado nas manobras, prolongando assim a vida do satélite.

No caso do GPS, as vantagens estão ao melhorar a precisão das efemérides geradas. Isso possibilitará aos satélites conhecerem melhor a altitude e posição em que se encontram em determinado instante, com reflexo direto na acurácia das medidas fornecidas, reduzindo assim a margem de erro posicional dos sistemas embarcados.


Arte: Geoide gravitacional apresentado por pesquisadores europeus. As diferentes cores representam as diferentes zonas de efeito gravitacional do planeta. Crédito:ESA/HPF/DLR/Apolo11.com.

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Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Mapa_de_gravidade_mostra_a_Terra_parecida_com_uma_batata&posic=dat_20110404-095204.inc

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