Com uma massa cinco vezes maior que a da Terra, o planeta CoRot-7b orbita em torno de uma estrela que fica a 500 anos-luz de nosso planeta, mas que é muito parecida com nosso Sol. Mas as semelhanças terminam por aqui. O ano desse exoplaneta dura apenas 20 horas, o que torna sua temperatura muito mais quente do que o ser humano é capaz de aguentar. A composição do planeta ainda é desconhecida, mas é provável que seja composto predominantemente de rochas.
Luiz Augusto Siqueira, do R7
Busca por exoplanetas deverá aumentar o número de descobertas nos próximos anos
Nos últimos dez anos, os astrônomos encontraram cerca de 500 planetas extrassolares (que ficam fora do Sistema Solar). Graças a avanços em tecnologias de detecção, que estão cada vez mais precisas, a busca por exoplanetas (planetas que ficam fora do Sistema Solar) deve fazer com que esse número seja ainda maior.
Segundo o astrônomo Ramachrisna Teixeira, diretor do Observatório Abrahão de Moraes da USP (Universidade de São Paulo), em Valinhos, no interior de São Paulo, o objetivo da procura por esse tipo de planetas, mais do que encontrar alienígenas, é preservar a espécie humana no futuro.
– Hoje a Terra é habitável, mas um dia não será mais, o que nos obrigará sair daqui.
Seu colega, o astrônomo Ronaldo Mourão, fundador do Museu de Astronomia do Rio de Janeiro, lembra que nos próximos 5 bilhões de anos o Sol deverá se transformar em uma estrela gigante vermelha, destruindo a Terra. Mas o astrônomo concorda com seu colega que, antes disso, a própria humanidade se encarregará de acabar com as condições de vida por aqui.
- Só a ciência e a tecnologia conseguirão salvar a humanidade, nos oferecendo uma nova saída. Graças a elas, viveremos uma evolução muito grande e poderemos mudar de planeta.
Estudo ajudará a entender como eles nascem e se desenvolvem
A procura por esses mundos habitáveis é realizada fora de nosso Sistema Solar, daí a expressão "extrassolares". Os cientistas estimam que existam 200 bilhões de estrelas na Via Láctea, a nossa galáxia, e que 70% delas tenham as mesmas características de nosso Sol, com sistemas planetários parecidos com o nosso.
Segundo Mourão, a descoberta desses planetas “pode revelar que realmente existem outros sistemas planetários, ao contrário do que se pensava até meados do século
– Graças a eles, começamos a compreender melhor a origem e o desenvolvimento dos planetas, o que foi muito importante também para entendermos melhor o futuro de nosso Sistema Solar.
Teixeira, que, em 1995, ajudou a medir a distância um dos primeiros exoplanetas detectados, conta que os astrônomos que estão procurando esses tipos de astros com probabilidade de vida estudam estrelas parecidas com o Sol (tipo G), que podem ter planetas com condições parecidas com as da Terra.
– Em pouco tempo, seremos capazes de detectar planetas comparáveis ao nosso, com características que favoreçam a vida.
Laboratório brasileiro vai estudar comportamento de extremófilos
O astrônomo explica que, para os cientistas, vida significa qualquer micro-organismo (como uma bactéria) encontrado no fundo de um poço de petróleo, por exemplo, tão resistente que poderia ter sobrevivido a uma viagem planetária, como aconteceu com a bactéria encontrada pela Nasa que substitui o fósforo pelo arsênico.
Essa descoberta permite se pensar que outros elementos químicos poderiam propiciar a vida, não se limitando portanto aos já determinados – carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo.
Chamados de extremófilos, esses organismos conseguem sobreviver ou até necessitam fisicamente de condições geoquímicas extremas, prejudiciais à maioria das outras formas de vida na Terra.
Justamente para entender esses micro-organismos, até o final deste ano, o observatório de Valinhos deverá contar com um laboratório de astrobiologia, que irá simular atmosferas de Titã (lua de Júpiter) e do planeta Marte, por exemplo, para estudar como os extremófilos se comportam nesses ambientes.
O que os cientistas pretendem responder é "se a vida na Terra pode ter vindo de fora e se existe vida fora da Terra", explica Teixeira.
Pesquisadores da Nasa estão intrigados com o GJ 436b, um exoplaneta que tem o tamanho de Netuno e fica a 33 anos-luz da Terra, na constelação de Leão. Tudo porque ele não tem metano, um gás formado por carbono e que é muito comum no nosso Sistema Solar. Em astros que têm atmosfera composta por hidrogênio, carbono e oxigênio e temperatura de até 540ºC, como é o caso, é esperado que haja uma grande quantidade de metano e uma pequena quantidade de monóxido de carbono. Mas isso não acontece no GJ 436b
O CJ 1214b é um novo planeta muito parecido com a Terra, mas maior do que ela, e que poderia ter mais da metade de sua superfície coberta por água. A "Super Terra", como está sendo chamado o planeta, está a 42 anos-luz de distância em outro sistema solar, e seu raio é 2,7 vezes maior que o de nosso planeta. O GJ 1214b demora 38 horas para fazer sua órbita em torno de uma estrela pequena e fraca.
O Gliese 581g está localizado em uma "zona habitável" em órbita da estrela vermelha anã Gliese 581, o que significa que pode existir água em sua superfície. Os pesquisadores estimaram que o planeta tem uma massa de três a quatro vezes a da Terra e um período orbital - o tempo que o planeta demora para dar uma volta em sua estrela - de pouco menos de 37 dias, que pode ser considerado seu "ano"
O HD 80606 b é um planeta extrassolar que possui uma massa quatro vezes maior que a de Júpiter. Nesse planeta, os verões são muito qunetes, geralmente em torno de 525 ºC. A 200 anos-luz da Terra, esse astro possui a órbita mais elíptica descoberta até hoje. Em comparação ao Sistema Solar, a distância do HD 80606b a sua estrela-mãe vai da órbita externa de Vênus até a órbita interna de Mercúrio. Nessa sequência de imagens, o lado noturno do planeta foi simulado por computador, como seria visto por uma luz infravermelha, em intervalos diários, ao passar pelo ponto mais próximo de sua órbita em torno de sua estrela-mãe.
Do Site R7 Notícias
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