quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estrela explode e poderá ser observada durante semanas

Recentemente, uma notícia surpreendente fez centenas de astrônomos amadores e profissionais voltarem seus telescópios para a região da galáxia do catavento M101. E não era para menos. Ali, sem dar qualquer aviso prévio, uma estrela muito maior que nosso Sol explodiu, em um dos eventos mais energéticos do Universo.

Supernova PTF 11kly
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Batizada de supernova PTF 11kly, o objeto foi descoberto através de imagens captadas pelo telescópio robótico de 1200 milímetros Samuel Oschin, localizado em Monte Palomar, na Califórnia. O instrumento faz parte do complexo Palomar Transient Factory (PTF), que tem como objetivo vasculhar automaticamente o céu em busca de novos objetos.

A rápida detecção de PTF 11kly a torna uma das supernovas que mais rapidamente foram registradas após a ignição. Além disso, por se localizar a apenas 27 milhões de anos-luz da Terra faz com que seja uma das mais próximas supernovas observada em décadas.

As primeiras observações demonstraram que 11kly PTF é uma supernova do tipo Ia, uma subcategoria de explosão produzida por uma estrela do tipo anã-branca, com até 10 massas solares.

Por apresentarem luminosidade bastante estável, as supernovas desse tipo são usadas como "velas padrão" para medir a distância entre as galáxias, já que a magnitude aparente das supernovas depende principalmente da distância em que se encontram.

Supernova PTF 11kly

Se as primeiras indicações estiverem corretas, PTF 11kly deve brilhar durante várias semanas próxima da magnitude 10, tornando-se possível observa-la com telescópios de tamanho moderado. Sua posição celeste é: Ascensão Reta 4h 03m 05.8s, Declinação: +54° 16' 25? ou a cerca de 4.4 arco minutos do sul de M101.


A Morte de uma Estrela
A morte de uma estrela é predeterminada logo no seu nascimento através do seu tamanho e das características da usina de força que a mantém brilhando durante toda sua vida. As estrelas, entre as quais o nosso Sol, são alimentadas pela fusão dos átomos de hidrogênio que se transformam em hélio sob o intenso calor e pressão encontrados do núcleo estelar. Entretanto, o hélio produzido é ligeiramente mais leve que as massas de quatro núcleos de hidrogênio necessários à sua produção. A partir de teoria da relatividade de Einstein, E = MC2, sabemos que a falta dessa massa é transformada em energia.

Supernova
Estrelas similares ao nosso Sol terminam sua vida quando consomem totalmente suas reservas de hidrogênio, ardendo em uma silenciosa e gigantesca expansão de diâmetro. No entanto, estrelas com oito ou mais vezes a massa solar, como PTF 11kly, finalizam sua vida de modo muito mais cataclísmico.

A fusão nuclear continua mesmo após a exaustão do hidrogênio, produzindo elementos pesados em diferentes camadas. O processo continua até que o núcleo estelar se transforme em ferro, quando então outro fenômeno ocorre: devido à descomunal temperatura e pressão, os átomos do ferro também se rompem em seus componentes prótons e nêutrons. Quando isso acontece as camadas superiores ao núcleo desmoronam, lançando ao espaço o resto do material estelar, produzindo um poderoso clarão chamado flash da supernova.

A explosão é descomunal. Em poucos dias a supernova libera mais energia que nosso Sol em toda a sua vida. A explosão é tão brilhante que mesmo ocorrendo a centenas de anos-luz de distância pode ser vista da Terra até durante o dia.


Fotos: No topo, imagem registrada pelo telescópio Samuel Oschin, em Monte Palomar, mostra um dos frames que possibilitou a detecção da supernova PTF 11kly. Acima, mosaico mostra a posição do objeto ao redor da galáxia do catavento M101. Crédito: D. Andrew Howell/nightskyhunter/Apolo11.com.

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