Por Miguel Mateus
Quantos de nós vivemos meio vegetais perdidos nos emaranhados do espaço-tempo? Quanto somam os que ainda não despertaram?
A maior parte vive de recordações ou de sonhos. Quantos de nós vivemos no real? Será que tu também és daqueles que vive no passado? Lembrando as derrotas e os fracassos como se fossem as cicatrizes da guerra que faz o teu Eu! Revivendo as vitórias de outrora como se isso fosse o teu melhor!
Ou projetando no futuro a paz e o conforto como se ainda faltasse qualquer coisa para lá chegar: “Quando eu conseguir isto ou aquilo, então ficarei bem! Quando tiver a minha casa, ou o meu carro, aí vou conseguir, porque já terei condições”.
Que erro colossal!
Sim, eu sei que há razões, que existe o medo. O grande medo primordial que nasce da sensação de que traímos o Pai quando provamos da árvore proibida e ‘fomos convidados a saír’ do Jardim. A partir desse momento trazemos conosco uma matriz do anti-Amor (como se isso existisse) completamente desenvolvida pelo eu-inferior (Ego) para tentar viver sem a realidade de Deus. Sim, porque se ele admite que o Pai existe, então vem o sentimento de pecado e de culpa.
Na sua senda desesperada de tomar o controle dos nossos corpos (Mental, Emocional e Físico, para simplificar) para se poder manifestar e fugir da presença do Ser, o Ego cria um mundo ilusório, baseado nas experiências da vida mas vistas pelo lado negativo, onde ele pode afirmar com toda a convicção: “Vês? Não existe Deus nenhum! Tu não és nada divino!”.
Acontece ‘quando estamos distraídos, como quando uma tarefa rotineira permite ligar um certo ‘piloto automático e deixa que o Ego use os corpos a que não estamos atentos. Por exemplo quando conduzimos e estamos com ‘a mente longe’, ou temos gestos involuntários e aparentemente contrários ao que queríamos fazer. Diz-se nestes casos que ‘os corpos não estão alinhados’ em termos de presença. Eu explico melhor: Se estiveres a descascar batatas há duas horas, a certa altura (se não estiveres completamente presente no Agora) é natural que o teu corpo emocional comece a dizer «estou um bocado farto disto…». Ao mesmo tempo o teu corpo mental, que já estava a pensar ‘na morte da bezerra’ há cerca de uma hora, é chamado a decidir o que pensar daquela emoção. Durante estes segundos (ou horas, não interessa realmente) o teu corpo físico esteve sempre fielmente a cortar as batatas. Como se compreende, cada corpo energético está para seu lado em vez de estarem em uníssono no Aqui e Agora.
Se já tentaste livrar-te de um vício ou mau-hábito, sabes o que é dizer “Amanhã é que vai ser! Amanhã começo mesmo! A sério!” ou -pior ainda- “Sempre fui assim… Jamais me vou endireitar…”. Até ao dia em que uma ‘voz’ no fundo de ti diz: “Porque não páras já?! Porque não começas agora?! Tu queres a Paz Agora, ou amanhã?”
No dia e hora em que se toma a consciência de que o único momento que existe é o Presente, o Eterno Agora, revela-se uma realidade superior, divina, transcendente. Começa uma nova faceta da nossa caminhada em direção à expansão espiritual.
O único momento que existe é o agora. O passado e o futuro são os apoios do ego. Por isso não se pode estar no presente, enquanto nos identificarmos com a mente. Iluminação significa elevar-se além do pensamento. Viver no AGORA.
Quando começaste a ler este texto, lembraste-te de que podias reconhecer as doutrinas secretas de outrora? Reconheceste que não existem limites e que nós somos divinos? Nem por uns momentos? Lembras-te agora de que não há nada que eu possa saber que tu não possas saber também? Que estamos ligados? Que sempre soubeste isto mas nunca aplicaste na prática?
Acordemos então para o único momento que existe, o presente.
Por que esperas? Agora é o momento!
Excertos de "O Poder do Agora" e "A Prática do Poder do Agora" de Eckhart Tolle
Blog STUM - http://www.stum.com.br/blog/blog.asp?id=06609
Nave Mãe - http://navecomando.blogspot.com/
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