Batizado 2011 MD, o asteroide foi descoberto em junho de 2011 por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachussets, MIT, através do programa de monitoramento espacial LINEAR (Lincoln Near-Earth Research). De acordo com os cálculos de trajetória, o momento da máxima aproximação de 2011 MD está previsto para as 11h30 pelo horário de Brasília, quando atingirá apenas 12 mil quilômetros de distância.
Apesar de ser uma passagem muito próxima, o risco de colisão está descartado tanto agora como na próxima aproximação em 2022. Durante a passagem a atração gravitacional da Terra arremessará 2011 MD em direção ao espaço, mas mesmo se atingisse nosso planeta a rocha seria consumida em uma bola de fogo na alta atmosfera.
Esta não é a abordagem mais próxima de um asteroide. Em 7 de outubro de 2008 o asteróide 2008 TC3, de aproximadamente 4 metros de comprimento se chocou contra a atmosfera acima do nordeste da África. 2008 TC3 era um asteroide de pequenas dimensões e todos os fragmentos se evaporaram após a colisão. Segundo a Nasa, a energia liberada no momento do impacto foi equivalente à explosão de 1 tonelada de TNT.
No entanto, 2011 MD é o maior asteroide conhecido a chegar tão perto, apesar de diversos objetos semelhantes possivelmente cruzarem a órbita da Terra sem serem notados.
Estatísticas
Diariamente, a Terra é constantemente bombardeada por pequenos asteroides e outros detritos espaciais, criando uma espécie de garoa de meteoros, alguns deles muito brilhantes.
De acordo com cálculos feitos pelo astrônomo Bill Cooke, ligado à Nasa, bolas de fogo tão brilhantes quanto o planeta Vênus ocorrem mais de 100 vezes ao dia. Outras, mais brilhantes ainda e comparadas ao brilho da Lua crescente cruzam o céu pelo menos uma vez a cada dez dias. Segundo o astrônomo, existem ainda bolas de fogo extremamente grandes e brilhantes, com magnitude visual que pode chegar a -13 e que acontecem a cada cinco meses. Apenas para lembrar, magnitude negativa de -13 equivale ao brilho da Lua Cheia!
No entanto, nem sempre essas enormes bolas de fogo são vistas. A maioria delas, cerca de 70%, cruza o céu sobre áreas inabitadas ou sobre os oceanos. A metade ocorre durante o dia, praticamente imperceptíveis devido à presença do Sol. Outra grande parte também não é vista simplesmente porque ninguém está olhando o céu naquele momento.
Como você viu, uma grande bola de fogo não é tão difícil assim de se ver. Talvez o negócio seja fazer como a Michele: levar o cachorro pra passear e ficar olhando para cima. As chances de ver os grandes meteoros são bem maiores do que você pensava!
Fotos: No topo, diagrama mostra o achatamento da órbita de 2011 MD, provocado pela atração gravitacional da Terra no momento da maior aproximação. Na sequência, animação feita pelo astrônomo Rafael Ferrando entre os dias 25 e 26 de junho de 2011 utilizando um telescópio de 4 metros de diâmetro do Observatório Pla d'Arguines, em Segorbe, Espanha. Créditos: Apolo11.com/Observatório Pla d'Arguines.
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