domingo, 9 de setembro de 2012

Olhos luminosos



Em outro globo, que atravessamos também durante a noite, isto é, do lado do seu hemisfério noturno, os olhos humanos estão organizados de tal sorte que são luminosos, alumiam, qual se alguma emanação fosforescente irradiasse do seu estranho foco.

Uma reunião noturna, composta de grande número de pessoas, oferece aspecto verdadeiramente fantástico, por isso que a claridade, e assim a cor dos olhos

, muda conforme as diversas paixões que as animam.

Além disso, o poder desses olhares é tal que exercem influência elétrica e magnética de intensidade variável e, em certos casos, podem fulminar, fazer cair morta à vítima na qual se fixe toda a energia da sua vontade.

Em outro mundo, cuja atmosfera está constantemente eletrizada, cuja temperatura é muito alta, e onde os habitantes têm tido quase ou nenhuma razão suficiente para inventar vestimentas, certas paixões se traduzem pela iluminação de uma parte do corpo.

É, por analogia, o que se passa, em menor escala, em nossas campinas terrestres, onde se vêem, durante as serenas noites de estio, os pirilampos consumindo-se, silenciosamente, em amorosa flama.

O aspecto dos casais luminosos é curioso de observar, à noite, nas grandes cidades. A cor da fosforescência difere segundo os sexos, e a intensidade varia segundo as idades e os temperamentos. O sexo forte acende uma flama vermelha, mais ou menos ardente, e o sexo gracioso uma flama azulada, às vezes pálida e discreta. Só os nossos pirilampos poderiam formar uma idéia, muito rudimentar, da natureza das impressões sentidas por esses entes especiais.

Trecho do livro 'Urânia' de Camille Flammarion





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