Trechos do livro A Carícia Essencial, de Roberto Shinyashiki
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CRIANDO ABUNDÂNCIA DE CARÍCIAS
Você já notou que existem determinadas pessoas que criam ao seu
redor um ambiente de muita vida? Conviver com elas é uma dádiva!
Sem dúvida, existem muitos aspectos em cada uma delas, tais como:
cultura, experiência de vida, beleza, simpatia, etc... que a qualificam.
Mas, o mais importante é que essas pessoas desenvolveram a 'mística
'de criar um ambiente com abundância de carícias. São pessoas que se
sentem extremamente à vontade para dar carícias aos outros (observe como alguns homens, às vezes, elogiam a beleza de uma mulher de maneira tal
que resulta claro que eles não têm nenhum interesse particular nela, e
sim admiração).
São pessoas que olham direta e suavemente nos olhos dos outros, que
sabem se aproximar, mas também sabem até quando devem aproximar-se para
não 'invadirem' a pessoa.
São pessoas que dão carícias voluntariamente! Portanto, tornam-se
menos suscetíveis aos mecanismos de extrosão de carícias. Sabem que
é bom dar carícias só por dá-las... pois não necessitam salvar os outros.
Não fazem a tarefa alheia; dividem responsabilidades, e não fazem coisas contra a vontade própria só para serem agradáveis.
Agora vejamos o outro lado da abundância de carícias.
Há pessoas que andam, sempre, plenas de carícias, porque aceitam
recebê-las dos outros. Sabem que, quando alguém as elogia o faz porque
tem bom gosto e perspicácia.
Essas pessoas aceitam o afeto dos outros... e se nutrem, e se sentem
tranquilas.
Assim como sabem rejeitar as carícias de que não necessitam ou não convém receber.
Elas percebem quando estão com a 'bateria' carregada e sabem que, a
partir daí, alguns momentos de isolamento podem ser bons para não terem
que recusar algumas carícias das quais não gostam.
Todos nós podemos ser criadores de ambientes abundantes de carícias
!
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BRINCANDO DE PEGA-PEGA
As situações de conflito, quase sempre se originam entre duas
partes, duas pessoas.
Quando essas pessoas não têm treinamento para resolver suas
dificuldades, geralmente acabam envolvendo uma terceira no conflito, e
quando essa terceira pessoa entra, o conflito aumenta.
Lógico que alegam boas intenções:
'Vamos ver o que a gente consegue fazer por...
Só estava tentando ajudar...
Olha como me esforço...
Se não fosse por você eu...'
Como já dizia minha mãe:
- 'De boas intenções o inferno está cheio'.
É muito importante que as pessoas analisem muito mais que
as intenções e que pensem nos resultados (conseqüências) de suas
boas intenções.
Existem três papéis para as pessoas exercerem suas 'boas intenções':
São papéis falsos!
Perseguidores: São as pessoas que querem corrigir o mundo.
São as que ditam o que é certo ou o que é errado!
Salvadores: São as pessoas que querem cuidar de todo o mundo!
São aquelas que sempre querem ajudar ao outro em alguma coisa, de
alguma forma e acabam desvalorizando a capacidade do outro!
Vítimas: São as pessoas que fazem de sua vida uma série de
incapacidades.
A sua vida é o resultado das ações dos outros, não conseguem assumir
responsabilidades por seus próprios atos.
Existem perseguidores, salvadores e vítimas reais: policiais
procurando delinquentes, são perseguidores.
Médicos cuidando de enfermos são salvadores.
Pessoas acidentadas são vítimas.
Agora, se estas pessoas só se limitam a fazer isso, acabam
deturpando suas funções.
Imaginem um policial que persegue um delinqüente mesmo depois dele
estar preso.
Um médico que fica arrumando doenças no seu paciente já saudável.
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As pessoas que estão se acidentando todos os meses.
Então, Vítimas procuram Salvadores e Perseguidores, para ter pessoas que se responsabilizem por suas vidas.
Salvadores e Perseguidores procuram Vítimas para cuidar e, assim,
não cuidarem de si mesmas.
Perseguidores: São as pessoas que geralmente ficam procurando
defeitos nos outros, nos lugares, nas situações e, às vezes, neles
mesmos.
São pessoas que quando encontram os defeitos começam a criticar.
'Ah! eu não te avisei'?...
Eu já sabia que...
Eu te disse que...'
Salvadores: são como cavaleiros andantes, procurando gente com
complicações para cuidar.
Às vezes como "Dom Quixote", lutando contra moinhos de vento, para
salvar as Dulcinéias.
Geralmente são pessoas que precisam muito de afeto, mas como não
sabem pedir, ou não aprendem a aceitar, acabam dando para os outros o
que de mais precisam.
Porém como só aprenderam a cuidar dos outros, acabam geralmente por
não dar chance para as vítimas crescerem, pois se isso ocorresse não
saberiam o que fazer.
São pessoas que se perguntam incessantemente:
'Como eu posso ser útil nessa situação, ou o que será que eu posso
fazer por essa pessoa?'
Vítimas: São pessoas que sempre estão procurando desculpas para
não conseguir mudar suas vidas, e geralmente se sentem impotentes,
Como que uma gorda como eu pode arrumar alguém que me ame?
Tudo acontece comigo!
Que azar. De novo aconteceu comigo!
Não é horrível?
Como eu posso trabalhar com um marido desses?
Esses papéis são predominantes (ou seja, tem-se preferência por um deles).
Geralmente uma Vítima quando não é ajudada (é isso o que mais
acontece), transforma-se num ferrenho Perseguidor.
Um Salvador que se esforça para salvar uma Vítima, pode se saturar
ese transformar em Perseguidor (ou Vítima).
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Um Perseguidor, quando o outro se cansa, pode se transformar em
Vítima dele (o qual se transforma em Perseguidor).
O que geralmente acontece é que uma pessoa começa em um papel e
termina em outro.
Se um Perseguidor ou um Salvador, aprender a cuidar de suas própnas
necessidades, a desfrutar a vida, a entrar em intimidade, não vai
precisar ficar cuidando do mundo ou procurando defeitos nas pessoas;
assim como se a vítima aprender a assumir responsabilidade por sua
felicidade, a cuidar de si, a acreditar mais em sua capacidade, não vai
arrumar outros para se manterem em sua vida, nem ficar repetindo: 'não
aguento papai ficar me perturbando todo dia...', ou 'Se não fosse por...
hoje eu...'
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