sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Os elefantes e as borboletas



A palavra que sai da boca inconsciente se assemelha a um elefante desgovernado.
Ela vai desarrumando tudo, inconsequente, dura, injusta.
Assusta. Machuca. Afasta.
Consulta o dicionário interno, e na necessidade de reagir rápido, a defesa faz escolher as palavras mais ferinas possíveis.
Assim o outro sente, assim ele te nota. Olha aí, a velha carência nesse meio. 
Como numa fórmula: medo => defesa => agressividade, esperamos afastar o potencial perigo com durezas.
E afasta mesmo. Funciona!
O grande atestado do desequilíbrio é ter que voltar atrás, e pedir desculpas. 

A palavra, o olhar, o sentir, na verdade, pertencem a um 'pacote' só: o Ser. São emanações dele.
E enquanto o ser não for lúcido ele não se expressa claramente, o que é óbvio. Portanto, não é que as pessoas sejam más ou boas.
São os seus graus de cegueira que ainda os fazem tropeçar. Mas despertará, então olhemos isso tudo sem julgamentos... e sim, estimulando formas para aumentar a percepção do outro em relação a isso.

A palavra que sai da boca lúcida não parece um elefante desgovernado... parece uma borboleta ( e a borboleta é a flor que aprendeu a voar... ): sabe onde pretende ir, e vai flutuando, dançando, mansa. Tem até perfume.
Chega no ponto pretendido, abraça e acaricia.
Conquista. 
Sente as entrelinhas que podem ramificar, se adianta a elas.

Antes de dizer, sinta. Respire.
Depois que sentir energia construtiva e clara ligando-te ao outro, como num abraço energético, aí exteriorize isso, fale.
Conscientemente, lucidamente, amorosamente. 

Para se tiver que voltar atrás, que seja apenas para estender a mão e dizer: vem amado, caminhe comigo! 

 Nave 


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